fbpx

Propostas serão votadas pelo Conselho Universitário a partir das 9h, nesta terça (21). Grupo também avaliará reserva de oportunidades para indígenas e estudo sobre bônus para deficientes.

Estudantes durante prova da 1ª fase do vestibular 2018 da Unicamp (Foto: Priscilla Geremias/G1)

Estudantes durante prova da 1ª fase do vestibular 2018 da Unicamp (Foto: Priscilla Geremias/G1)

O Conselho Universitário da Unicamp (Consu) votará, na manhã desta terça-feira (21), as propostas para implementação das cotas étnico-raciais e a oferta de vagas pelo Enem no vestibular 2019. A reunião começa às 9h e também serão avaliadas as hipóteses de um exame para indígenas e a concessão de bônus aos candidatos deficientes. O órgão é a instância máxima de deliberação.

As sugestões apresentadas para elevar a inclusão social na Unicamp foram elaboradas por um grupo presidido pelo coordenador executivo da Comvest, José Alves de Freitas Neto, e unidades de ensino. A expectativa é de que 15% das 3,3 mil oportunidades sejam garantidas para quem optar pelas cotas (autodeclarados pretos e pardos), conforme prevê proposta inicial divulgada em agosto.

Entre os itens ainda indefinidos e que serão debatidos pelos 75 conselheiros está a modalidade de acesso à universidade com uso da nota do Enem. O plano prevê reserva de 20% das vagas nos 70 cursos de graduação e a Unicamp avalia se irá aderir ao Sistema de Seleção Unificado (Sisu) ou regulamentar um sistema próprio que considere o desempenho do estudante durante o Enem.

No primeiro caso, o percentual seria dividido da seguinte forma: 10% para estudantes oriundos de escolas públicas; 5% aos candidatos autodeclarados pretos e pardos procedentes de unidades da rede; e outros 5% reservados exclusivamente para os estudantes autodeclarados pretos e pardos.

Na semana passada, a Comissão Central de Graduação (CCG) se posicionou contrária à oferta pelo Sisu. Antes disso, Alves também falou ao G1 que a segunda possibilidade é a mais vantajosa. “Isso facilita para os estudante, porque ele teria a chance de ter o Sisu para disputar o curso que ele quiser [outras universidades] e ele terá, para a Unicamp, a possibilidade de disputar internamente.”

Mensagem colocada por alunos em placa do campus, em maio (Foto: Sofia Bonuccelli)

Mensagem colocada por alunos em placa do campus, em maio (Foto: Sofia Bonuccelli)

Outro tema previsto na pauta é a criação de um vestibular indígena. A proposta do grupo de trabalho é para que sejam destinadas 32 vagas para este grupo, a partir de oportunidades não preenchidas entre as duas primeiras chamadas. Entre os cursos disponíveis estariam medicina, ciências biológicas, farmácia, enfermagem, educação física, nutrição, ciências sociais, letras, linguística, pedagogia, geografia, história, filosofia, administração, midialogia e engenharia agrícola.

A CCG, contudo, defende a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a proposta.

Paais

De acordo com a proposta inicial, o Programa de Ação Afirmativa e Inclusiva (Paais), aplicado desde 2005, também será reformulado e o bônus deve ser somado à nota final de cada fase do exame da seguinte maneira: 40 pontos para estudantes que cursaram todo o ensino médio na rede pública, e 20 pontos para os que fizeram todo o ensino fundamental II em unidades públicas.

Para os estudantes que realizaram ensino fundamental II e ensino médio na rede pública, serão incorporados 60 pontos às notas das provas. Por outro lado, autodeclarados pretos, pardos e indígenas deixam de ser contemplados no Paais, diante da inclusão de novas formas de acesso.

Bônus para pessoas com deficiência

Em relação às pessoas com deficiência que planejam estudar na Unicamp, o grupo de trabalho solicitará ao Consu análises para verificar como pode ser feita a concessão de bônus.

Entre os 83,7 mil inscritos no vestibular 2018, que teve a primeira fase realizada no domingo (19), houve 358 pedidos de provas em “condições especiais” – as demandas incluem, por exemplo, avaliação ampliada, leitor/escrevedor, acesso fácil e uso de aparelho auditivo. Neste ano, quatro pessoas com deficiência foram aprovadas e ingressaram na Unicamp, segundo a universidade.

Atualmente, a Unicamp tem 3,3 mil vagas distribuídas entre 70 cursos de graduação. A meta do grupo de trabalho é preservar, com as propostas, a meta de 50% dos estudantes oriundos da rede pública – por curso e turno – e buscar índice de 37,5% de autodeclarados pretos, pardos e indígenas, segundo parâmetro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no estado de São Paulo.