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Por Marina Baldoni Amaral

Depois de três dias de debates sobre avanços e demandas por integração regional, conquistas de direitos, e participação social, chegou ao fim a 18ª Cúpula Social do Mercosul, que aconteceu em Brasília entre os dias 14 e 16 de julho.

Foi aprovada uma declaração com propostas que serão apresentadas nessa sexta-feira (17) à 48ª Cúpula dos Chefes de Estado do bloco. O documento abrange uma grande diversidade de temas e reivindicações, refletindo a pluralidade dos povos e movimentos que participaram do evento e a convergência de seus interesses. As propostas vão desde a reivindicação de um acesso ao mar para a Bolívia até a demanda por políticas públicas para promoção da igualdade racial e de gênero.

A necessidade da defesa e do avanço dos direitos trabalhistas e sociais e da harmonização de legislações de trabalho, previdência e tributos na região tiveram destaque no documento.

Pautas da agenda política dos países, como a luta contra a redução da maioridade penal e a defesa dos processos democráticos na região, também ganharam espaço no documento e nas falas dos participantes.

A cúpula concluiu que a integração regional é uma necessidade urgente e é a resposta dos povos contra o avanço do conservadorismo e do neoliberalismo na região.

A diretora da Flacso Brasil, Salete Sirlei Valesan Camba, coordenou a plenária de encerramento e ressaltou a importância da dimensão social do bloco: “Desde a primeira Cúpula Social do Mercosul nosso principal tema é tentar mostrar que não existe só um Mercosul econômico e de acordos políticos, mas que existe um Mercosul de seres humanos, que têm direitos e que entendem o mundo de outra maneira”.

O líder do MST, João Pedro Stédile, participou do ato político de encerramento e avalia que a região precisa de “um projeto de integração econômica, e não apenas acordos comerciais.” Para ele, os acordos bilaterais e tratados de livre comércio “não resolvem os problemas dos povos”.

Stédile ressaltou a urgência da criação de mais espaços como a Cúpula Social para articular os movimentos populares. “A verdadeira força do povo é se organizar. Os governos, sozinhos, não tem capacidade de lidar com o capitalismo”.

Clique aqui para ler a declaração na íntegra.