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Estudantes poderão optar por prova impressa ou digital até 2025. A partir de 2026 o Enem será totalmente digital.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ganhará uma versão digital da prova a partir de 2020. A novidade foi anunciada na manhã desta quarta-feira, 3 de julho, em coletiva de imprensa da qual participaram o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Alexandre Lopes.

A intenção do Ministério da Educação (MEC) é aplicar uma versão piloto da prova digital para até 50 mil estudantes no Enem 2020 e, a partir de 2026, abandonar a versão impressa e adotar somente a eletrônica.

A primeira edição do Enem Digital será aplicada nos dias 11 e 18 de outubro de 2020. Os estudantes farão as provas em escolas e faculdades de 15 capitais brasileiras.

Confira as capitais que receberão o Enem Digital:

  • Belém (PA);
  • Belo Horizonte (MG);
  • Brasília (DF);
  • Campo Grande (MS);
  • Cuiabá (MT);
  • Curitiba (PR);
  • Florianópolis (SC);
  • Goiânia (GO);
  • João Pessoa (PB);
  • Manaus (AM);
  • Porto Alegre (RS);
  • Recife (PE);
  • Rio de Janeiro (RJ);
  • Salvador (BA);
  • São Paulo (SP).

De acordo com o presidente do Inep, os estudantes dessas capitais, ao se inscrever no Enem 2020, poderão optar pela prova digital ou impressa. Na coletiva, também foram anunciadas as datas das provas tradicionais do Enem 2020: 1 e 8 de novembro.

Redução de custos

Segundo o Ministério da Educação (MEC), o objetivo do Enem Digital é seguir o exemplo de outros países que já aplicam provas eletrônicas e reduzir custos com impressão. O diretor do Inep afirmou que o Enem 2019, por exemplo, terá um gasto estimado de R$ 500 milhões para os mais de 5 milhões de inscritos. O Enem Digital terá um custo inicial de R$ 20 milhões, mas para 50 mil estudantes.

“Somente em 2019, os custos da aplicação do Enem superam os R$ 500 milhões, contando com 383 milhões de páginas impressas, mais de 490 mil pessoas nos dias de prova, disponibilidade de mais de 150 mil salas em aproximadamente 1,7 mil cidades. Um esforço de guerra.” (Alexandre Lopes, presidente do Inep)

Como vai funcionar a aplicação do Enem digital?

O Inep explicou que a empresa contratada para a aplicação do Enem ficará encarregada de fornecer os computadores e equipamentos para a realização da prova digital. O Enem Digital será realizado em locais de provas específicos, com estrutura para receber os computadores.

As questões da prova digital serão diferentes da prova impressa, mas com o mesmo nível de dificuldade por conta da Teoria de Resposta ao Item (TRI). O Enem Digital vai permitir a utilização de novos tipos de questões com vídeos, infográficos e games.

O valor da inscrição do Enem 2020 não foi divulgado, mas será o mesmo para a prova impressa e digital.

Mais de um Enem por ano

A primeira edição do Enem Digital será realizada apenas em um período (outubro de 2020), mas o Inep informou que o aumento de aplicações será gradativo e o participante poderá agendar a data que preferir. Para o ministro, a aplicação do exame apenas uma vez ao ano é algo que prejudica o participante. “A pessoa perde o Enem, perde o ano. É o custo ao aluno por apenas um Enem por ano”, afirma.

  • 2021 – duas edições do Enem Digital e uma tradicional (em papel)
  • 2022 a 2025 – aumento gradativo até atingir quatro edições do Enem digital, além de uma edição em papel (tradicional)
  • 2026 – somente Enem digital, fim do Enem Tradicional em papel

O Enem Digital será opcional até 2025. Em 2026, a expectativa do Inep é que a prova impressa seja extinta, consolidando a versão digital do exame.

Mudança nas Provas

O Enem Digital 2020 e o Enem Tradicional continuarão com o mesmo formato atual de provas, ou seja, questões de Ciências Humanas, Linguagens e Códigos, Ciências da Natureza, Matemática e Redação. No entanto, o Inep pretende alterar o exame gradativamente, passando a adotar os chamados “itinerários formativos”.

“As provas serão customizadas de acordo com a carreira que o aluno quer escolher.” (Abraham Weintraub, ministro da Educação)

De acordo com o Inep, o Enem Digital contribui para que as provas sejam personalizadas de acordo com os itinerários do “Novo Ensino Médio“. A customização de cadernos impressos demandaria uma logística de formulação do exame mais complexa, maiores custos e chances de erros.

Enem Digital surgiu em 2015

Em 2015, no Governo Dilma Rousseff, o Inep pretendia aplicar uma versão digital piloto do Enem para treineiros a partir de 2016. O novo formato previa a aplicação da prova online e o agendamento do Exame, que seria aplicado mais de uma vez por ano em locais credenciados.

Duas consultas públicas foram realizadas entre os meses de janeiro e março de 2015 para embasar os estudos do Inep sobre a migração do formato físico para o digital. A primeira registrou 45.704 sugestões e a segunda recebeu 36.582 contribuições da sociedade sobre a ampliação do banco de itens, o aprimoramento da logística e segurança e outros assuntos relacionados à aplicação da prova.

Depois do impeachment de Dilma Rousseff e a troca de equipes no Ministério da Educação (MEC) e no Inep, a aplicação da prova eletrônica do Enem ficou suspensa.