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A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) quer ouvir universidades brasileiras públicas e privadas para definir novo Ciência sem Fronteiras, de acordo com o presidente da entidade, Abilio Baeta Neves. Em entrevista à Agência Brasil, ele disse que a reformulação se dará a partir de conversas de “baixo para cima”. O novo modelo deverá ser anunciado até meados de 2017.

“Neste primeiro momento de conversa, queremos ouvir o que as universidades têm a nos dizer, as federais, estaduais, municipais e particulares também, não há problema nenhum”, afirmou Neves.

O programa Ciência sem Fronteiras foi lançado em 2011, com a meta de conceder inicialmente 101 mil bolsas. As bolsas são voltadas para as áreas de ciências exatas, matemática, química e biologia, engenharias, tecnologia e saúde. Uma segunda fase do programa chegou a ser anunciada pela então presidente Dilma Rousseff, mas não chegou a ser implementada.

Segundo o presidente da Capes, o programa Ciência sem Fronteiras, no modelo que tinha sido desenhado para ele, não existe mais, acabou. “O novo modelo precisa ser discutido em vários níveis, primeiro com os parceiros internacionais. Precisamos reconstruir as relações, o programa criou uma expectativa não sustentável de que o Brasil podia pagar tudo. Nós chegamos, em algum ponto, a pagar até os estudantes estrangeiros aqui, o que é um pouco de exagero”, acrescentou.

Para Neves, a ideia é conversar com as instituições brasileiras e entender as demandas. “É preciso conversar com universidades e as universidades têm que ajudar a desenhar a cooperação que elas acham importante. Dizer com quem, que tipo de parceria, em que áreas querem, com que amplitude. Dizer se querem graduação ou pós. Elas têm que nos dizer”.

O presidente não adiantou se haverá cortes nas universidades, parcerias, ou se algum nível específico de desempenho será exigido. “O ideial é trabalhar com universidades de excelência, mas o que é top?”, questionou.

Em julho, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que uma versão do programa deverá ter foco nos estudantes de ensino médio de escolas públicas. Neves explicou que isso se dará com cursos de idiomas, principalmente o inglês. Para isso, haverá uma reformulação também do Idiomas sem Fronteiras, lançado para oferecer cursos de inglês e francês aos estudantes de graduação que desejavam participar do programa federal de intercâmbio.

“O Idioma sem Fronteiras tem que ser totalmente revisto, inclusive se for para incluir pessoal do ensino médio. Seria uma preparação, uma fase anterior à própria experiência acadêmica no exterior”.