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Instituição diz que gasta 105% dos recursos que recebe por mês com a folha de pagamento.

Maria Carolina de Ré, do R7

Desde o início do ano, o R7 tenta obter dados públicos sobre as contas da universidadeDivulgação

A crise que se estabeleceu na USP (Universidade de São Paulo), maior instituição de ensino superior do País, tem motivado muitas indagações. Desde o início do ano, quando Marco Antonio Zago assumiu a reitoria, a universidade anuncia cortes de gastos e o congelamento dos salários de funcionários, alegando que enfrenta uma grave crise financeira.

USP tem queda de 21% no orçamento e anuncia crise financeira

Questionado pelo R7 durante um encontro internacional de reitores organizado pelo Universia no Rio de Janeiro,  Zago disse que USP é uma instituição transparente. Ele também assumiu o compromisso de abrir as contas da universidade.

— Vou encaminhar uma solicitação para a assessoria  de imprensa da USP pedindo que ela responda todas as perguntas. Não há nenhum interesse da Universidade de São Paulo em esconder dados, pelo contrário, adotamos uma política de transparência assim que assumimos.

Desde o início do ano, o R7 tenta obter dados públicos sobre as contas da universidade. Em julho, um novo pedido de esclarecimento foi enviado para a reitoria. A assessoria de imprensa da instituição disse apenas que “não tinha um prazo para encaminhar as respostas”.

O reitor, porém, afirma que “no passado isso [os gastos] eram mantidos em absoluto segredo. Nós invertemos essa posição agora eles estão disponíveis para todos”.

Fazendo uma analogia, Zago explica que a “USP é um transatlântico” que abriga 100 mil pessoas em oito campi diferentes. Assim, para melhorar a organização das contas e informações, seria importante criar uma controladoria.

— A controladoria é quem deve acompanhar a execução do orçamento e a disponibilidade dos dados públicos.

Crise

No primeiro semestre de 2014, a reitoria informou que o comprometimento acumulado do orçamento com folha de pagamento chegou a 105,5%.

Segundo comunicado encaminhado à comunidade acadêmica no dia 14 de julho, esse é o maior índice de comprometimento já alcançado desde que a USP alcançou autonomia financeira.

De  janeiro a junho, universidade gastou R$ 2,27 bilhões com salários, benefícios e provisão de 13º e férias de servidores. Por outro lado, os recursos repassados pelo governo estadual à instituição no mesmo período somaram  R$ 2,15 bilhões

A crise financeira já determinou o congelamento do salário de professores e funcionários, que iniciaram uma greve em maio.

A  USP também estuda reduzir contratos de funcionários terceirizados. Hoje, a maioria deles trabalha nos serviços de segurança, limpeza e manutenção das unidades.